quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



Fim de um ciclo: pouco a pouco, geração de 2006 é dissolvida

Participantes de uma fase vitoriosa, Bruno, Toró e Juan não estão mais no clube. Com situação indefinida, Léo Moura e Angelim são os remanescentes

Por Richard Souza Rio de Janeiro

Bruno, Toró, Juan, Léo Moura e Ronaldo Angelim. Símbolos de uma geração vitoriosa do Flamengo, que só não é maior que aquela comandada por Zico, brilhante na década de 80. Os três primeiros estão fora do grupo. Nesta quarta-feira, Juan recebeu a notícia de que o contrato, com vencimento no próximo dia 31, não será renovado. O lateral-esquerdo se transforma em símbolo da nova filosofia que a diretoria e Vanderlei Luxemburgo pretendem implantar. O técnico reconhece que é hora de o clube aproveitar o fracasso do ano sem títulos para se reconstruir. A principal missão é tornar o grupo mais jovem.
Bruno, Toró, Juan, Léo Moura e Ronaldo Angelim: maior parte da geração vitoriosa está forada do clube montagem - Bruno, Toró, Juan, Léo Moura e Ronaldo Angelim - 
flamengo
Pouco a pouco, um a um, a geração que se perpetua desde 2006 se dissolve. Uma base acostumada a acumular conquistas. Foram três estaduais, uma Copa do Brasil (este título sem Bruno) e o Brasileirão de 2009, além da disputa de três edições da Libertadores da América (2007, 2008 e 2010). A diretoria entende que é hora de reformular.
Bruno foi o primeiro a deixar o Flamengo. Saiu pela porta dos fundos, envolto em polêmica. Capitão do time, destaque de títulos importantes, apontado por muitos como capaz de servir a Seleção Brasileira, passou a ter o nome estampado nas manchetes policiais. Está preso desde julho por acusação no desaparecimento de Eliza Samudio. Teve o contrato rescindido e, aos poucos, o nome desvinculado do Rubro-Negro. Na última terça-feira, a Justiça do Rio condenou o goleiro por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal contra a ex-namorada. Na sentença, foi condenado a cumprir quatro anos e seis meses de prisão. Em cinco anos, disputou 234 partidas e sofreu 291 gols.

Depois de 171 jogos e sete gols em cinco anos de contrato, Toró deixou de ser jogador do Flamengo em outubro deste ano. Uma despedida melancólica, carregada de tristeza e mágoa. O diretor de futebol Luiz Augusto Veloso foi o responsável por informar que a proposta de renovação de contrato não fora aceita. O volante, de 24 anos, sentiu a pancada. Ficou chateado pela maneira como foi tratado. Na saída, lamentou que uma geração vitoriosa estivesse sendo destruída. Depois de uma fase de indefinição sobre o futuro, o jogador está a caminho de Belo Horizonte. Vai defender o Atlético-MG por três temporadas.
O contrato do lateral-esquerdo Juan termina no último dia do ano, mas a diretoria rubro-negra se apressou ao definir que não será renovado. Atuações ruins, alto salário e desgaste contribuíram para a decisão. Juan chegou ao Flamengo no início de 2006. De lá para cá, vestiu a camisa rubro-negra 256 vezes e marcou 32 gols. Não deve ficar desempregado. Aos 28 anos, o atleta está nos planos de São Paulo e Atlético-MG para 2011.
Os remanescentes
Até segunda ordem, Léo Moura e Ronaldo Angelim continuam no Flamengo. Com 307 jogos no clube e 38 gols, o lateral é o mais antigo da geração e só sai se quiser. Mas este é o problema. Com o contrato defasado em relação aos que foram contratados neste ano, o jogador, de 32 anos, tem propostas generosas de Santos e Inter e reivindica aumento. O fato de paulistas e gaúchos disputarem a próxima edição da Libertadores pode pesar na decisão. O Rubro-Negro decidirá se o libera, pois o contrato do camisa 2 termina apenas no fim de 2011.
Herói do hexa. Ronaldo Angelim não goza mais do mesmo prestígio no Flamengo e, apesar de ter mais um ano de contrato, não tem permanência assegurada. Até então, foram 253 jogos e 16 gols. Ainda que fique, Angelim não deve ser titular. David, 23 anos, e Welinton, de 21, são os mais cotados para compor o setor defensivo pelo menos no início da temporada seguinte.
FONTE:GLOBOESPORTE.COM