Abel agrada, mas Fla cogita dar corda ao trabalho de Jayme de Almeida
Diante de escassez no mercado, ex-tricolor surge como único consenso, mas
negociação é complicada. Solução caseira ganha força nos bastidores
Ainda atônita, a diretoria do Flamengo começa a planejar, sem muita
pressa, o futuro do futebol do clube. Surpreendidos com o pedido de demissão de
Mano Menezes - em momento algum cogitou-se mandá-lo embora -, os responsáveis
pelo futebol passaram a noite ao telefone falando entre si, mais para tentar
entender a posição do treinador do que para definir um substituto. Entre os
nomes no mercado, um surge como consenso: Abel Braga. É sabido, porém, o alto
custo e, principalmente, a dificuldade para convencer o ex-tricolor a voltar a
trabalhar ainda em 2013. Diante disso, ganha força a possibilidade de dar corda
ao interino Jayme de Almeida.
O ex-zagueiro comandará a equipe no próximo domingo, diante do Náutico,
no Recife, pela 23ª rodada do Brasileirão. Uma vitória sobre o lanterna dará
fôlego para continuidade nos confrontos com o Botafogo, pela Copa do Brasil, e
Criciúma, ambos no Maracanã. Além disso, dá tempo para que os dirigentes
mapeiem o mercado em busca de uma solução mais segura. A escassez de opções com
essa característica, por sua vez, aumenta a corrente por Jayme, que tem o apoio
do diretor executivo Paulo Pelaipe.
Em avaliação do mercado, nomes como Paulo Autuori e Celso Roth estão
descartados. O primeiro é visto como um tiro no pé, após passagens frustrantes
por Vasco e São Paulo recentemente. Já Roth é um nome que sequer esteve em
pauta. Apesar de admirador confesso de seu trabalho, Paulo Pelaipe tem a exata
no noção da rejeição ao treinador no Flamengo e no Rio de Janeiro de maneira
geral, o que inviabiliza completamente a situação. A posição, por sinal, é
antiga, e já tinha sido exposta pelo diretor executivo depois da demissão de
Jorginho.
Sendo assim, Abel Braga surge como unanimidade. Um acerto, entretanto,
é visto como improvável e nenhum contato foi estabelecido até o momento. Além
de caro - recebia no Flu o dobro do que Mano no Fla -, o treinador já revelou a
amigos o desejo de só voltar a trabalhar no início da próxima temporada e se
mostra contrário à ideia de assumir um time no decorrer de uma competição.
Paralelamente a isso, o assédio de clubes do Oriente Médio o deixa tranquilo
para pensar com calma o futuro. A diretoria rubro-negra sabe de tudo isso, e
começa a amadurecer o projeto de fazer Jayme um "novo Andrade".
No clube desde 2010, quando chegou a pedido de Vanderlei Luxemburgo, o
auxiliar técnico permanente já comandou a equipe em três oportunidades: nos
jogos seguintes às saídas do próprio Luxa, Joel Santana e Jorginho. Com dois
empates e uma vitória, está invicto e carrega consigo aquela que deve ter sido
a melhor atuação do Flamengo neste Brasileirão: 3 a 0 sobre o Criciúma, no
Heriberto Hülse, pela quinta rodada.
A recordação da boa exibição em Criciúma, somada à identidade de Jayme
com o Flamengo e à boa relação com os jogadores, tem sido levada em conta pela
diretoria. Ainda não há decisão quanto à efetivação do ex-zagueiro, mas o
panorama dá tempo e calma para que o mercado seja avaliado minuciosamente. No
momento, o discurso é simples: se não for para contratar um nome indiscutível,
a melhor opção será mesmo caseira.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM