Estamos na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, e a partir desta semana iremos publicar todos os domingos uma série de matérias, contando a história do Campeonato Brasileiro, desde 1971. São 40 anos do maior e melhor e mais disputado campeonato nacional do mundo. O brasileiro, que já foi chamado de Taça de Ouro (início da década de 80), Copa União (1987 e 1988), Copa João Havelange (2000), o nosso Campeonato Brasileiro. Começamos a contar a História do Galo Mineiro do Mestre Telê Santana.
CLUBE ATLETICO MINEIRO
Campeão Brasileiro - 1971
Em pé: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei, Vantuir e Oldair; Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dario, Lola e Tião.
Participaram da campanha:
Cincunegui, Spencer, Normandes, Pedrilho, Guará, Beto, Salvador, Bibi, Zé Maria, Romeu e Ângelo.
Técnico: Telê Santana
Os finalistas
O campeonato Brasileiro de 1971 foi decidido em um triangular, envolvendo Atlético Mineiro, São Paulo (de Gérson, Toninho Guerreiro e Cia) e o Botafogo, que tinha em Jairzinho, o Furacão da Copa de 70, ainda soprando forte e com o poder de devastar defesas inteiras - esta era a grande esperança do Botafogo que vinha de derrota para o Tricolor paulista por 4 a 1. Ao Galo bastava o empate depois da sofrida vitória por 1 a 0 sobre o SãoTelê Santana comemora a conquista Paulo.
Encarar o Botafogo do zagueiro Djalma Dias, do volante Carlos Roberto e dos atacantes Zequinha e Jairzinho, porém, não era tarefa fácil nem mesmo para a "primeira grande obra do Mestre Telê Santana", à epoca com 40 anos, magro e com os cabelos ainda negros.
O jogo final
Precisando vencer a partida por uma diferença de seis gols, para ficar com o título, a equipe do Botafogo atirou-se ao ataque tão logo o jogo começou. Mas foi o Galo quem teve a primeira grande chance da partida, aos 27min, Dario ganha na corrida de Djalma Dias e Queirós salva na hora H.
A segunda grande chance da partida veio por meio de Jairzinho que estava numa tarde endiabrada e, aos 36 minutos do 1° tempo, mata no peito, passa por Tião, Oldair e Vanderlei, toca para Nei, recebe de volta, prensa com Grapete e, no rebote, acerta uma bicicleta. Na sobra Zequinha chuta na trave.
No 2° tempo, logo a 1 minuto de jogo, Dario sofre falta à frente da área. Vanderlei cobra forte e Wendell faz grande defesa.
Aos 12 Zequinha dribla Oldair e cruza. Jairzinho, de novo, conclui de bicicleta. Recuperado no lance, Oldair tira a bola que tinha endereço certo.
O gol do títuloEm uma grande jogada individual do meia Humberto Ramos, sai o gol do titulo. Ele dribla e passa por Mura, Carlos Roberto e Marco Aurélio, chega dentro da área e cruza para Dario cabecear no canto esquerdo de Wendell. Na comemoração, Humberto Ramos, ajoelhou-se agradecido pela jogada e Dario fez a festa.
A partir daí o Botafogo esmoreceu, a equipe ficou abalada, sentindo que não daria para tirar a diferença. Tranquilo na partida, o Atlético pressionou até o final e poderia ter ampliado o placar, aniquilando o Botafogo.
O São Paulo, que aguardava com ansiedade uma vitória simples do Botafogo para ficar com o título, teve de se contentar com a segunda colocação.
Após o final da partida Telê Santana desabafou. "Peguei um time talentoso, que há cinco anos não ganhava títulos e estava com o moral baixo", comentou, cuja primeira proeza foi o título mineiro em 1970. No brasileiro, as bruxas eram os clubes do Rio e São Paulo. "Fiz a equipe entrar em campo sempre confiante nos dois pontos, eu mandava o time atacar e se preocupar só em jogar futebol. Assim são maiores as chances de vencer", ensina o mestre.
Tanto que, durante toda a competição, o jogo "limpo" do Atlético, lhe rendeu apenas dois cartões amarelos e nenhum vermelho. Teve o melhor ataque do campeonato com 39 gols marcados e o artilheiro da competição - Dario "Dadá Maravilha" com 15 gols - além do título - é claro.
Ficha da Partida
BOTAFOGO 0 x 1 ATLÉTICO/MG
Data: 19/Dezembro/1971 Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Gol: Dario aos 18 do 2° tempo Árbitro: Armando Marques de Mesquita (SP)
Renda: Cr$ 294.420,00 Público: 46.458 Expulsão: Mura e Carlos Roberto
Botafogo: Wendell; Mura, Djalma Dias, Queirós e Valtencir; Carlos Roberto, Marco Aurélio (Didinho) e Careca (Tuca); Zequinha, Jairzinho e Nei Oliveira. Tec.: Paraguaio
Atlético/MG: Renato; Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei e Humberto Ramos; Ronaldo, Lola (Spencer), Dario e Tião. Tec.: Telê Santana
Próximo fim de semana, contaremos como foi o Bi-campeonato do Verdão. O Palmeiras de 1972 e 1973